sexta-feira, 29 de junho de 2012

Texto literário e não-literário


Exemplo de texto não-literário
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Para considerar se um texto é ou não literário, é preciso analisar sua função predominante, isto é, qual seu objetivo principal. Se é informar de modo objetivo, de       acordo com os conhecimentos que se tem da realidade exterior, se o autor tem um compromisso com a verdade científica, o texto não é literário, mesmo se, ao elaborar a linguagem, tenha feito uso de figuras de estilo, utilizado recursos estilísticos de expressão. Já o texto literário não tem essa função nem esse compromisso com a realidade exterior: é expressão da realidade interior e subjetiva de seu autor. São textos escritos para emocionar, que utilizam a linguagem poética. São esses os critérios que devemos considerar ao analisar e classificar um texto em literário e não-literário. Exemplos de textos não-literários são as notícias e reportagens jornalísticas, os textos de livros didáticos de História, Geografia, Ciências, textos científicos em geral, receitas culinárias, bulas de remédio. Exemplos de textos literários são os poemas, os romances literários, contos, novelas.
http://www.klickeducacao.com.br/2006/bcoresp/img/spacer.gif
 http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcoresp_mostra/0,6674,POR-774-1025,00.html

            
Exemplo de texto literário em verso

"(...)
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?”
Carlos Drummond de Andrade

Trecho do poema Procura da poesia em:
http://pensador.uol.com.br/frase/Mzk0MDU/

Exemplo de texto literário em prosa


O estranho ofício de escrever

Fernando Sabino

Éramos três condenados à crônica diária: Rubem no Diário de Notícias, Paulo no Diário Carioca e eu no O Jornal. Não raro um caso ou uma ideia, surgidos na mesa do bar, servia de tema para mais de um de nós. Às vezes para os três. Quando caiu um edifício no bairro Peixoto, por exemplo, três crônicas foram por coincidência publicadas no dia seguinte, intituladas respectivamente: “Mas não cai?”, “Vai cair” e “Caiu”.

Até que um dia, numa hora de aperto, Rubem perdeu a cerimônia:
— Será que você teria uma crônica pequenininha para me emprestar?
Procurei nos meus guardados e encontrei uma que talvez servisse: sobre um menino que me pediu um cruzeiro para tomar uma sopa, foi seguido por mim até uma miserável casa de pasto da Lapa: a sopa existia mesmo, e por aquele preço. Chamava-se “O preço da sopa”. Rubem deu uma melhorada na história, trocou “casa de pasto” por “restaurante”, elevou o preço para cinco cruzeiros, pôs o título mais simples de “A sopa”.

Tempos mais tarde chegou a minha vez — nada como se valer de um amigo nas horas difíceis:
— Uma crônica usada, de que você não precisa mais, qualquer uma serve.
— Vou ver o que posso fazer - prometeu ele.
Acabou me dando de volta a da sopa.
— Logo esta? - protestei.
— As outras estão muito gastas.

Sou pobre mas não sou soberbo. Ajeitei a crônica como pude, toquei-lhe uns remendos, atualizei o preço para dez cruzeiros e liquidei de vez com ela, sob o título: “Esta sopa vai acabar”.


Saiba a diferença de Prosa e Poesia

São duas as formas de um texto literário:

a- Prosa: as linhas ocupam toda a extensão horizontal da página, excetuando as margens convencionais. O texto divide-se em blocos chamados parágrafos.

O tempo lá fora
Oswaldo França Jr.

Dentro de minha casa o vento não penetrava, somente lá fora era frio e o vento assobiava. Mas veio alguém e abriu a porta. Meus pés gelaram e meus ouvidos escutaram os gemidos do vento.
Agora não posso deixar que fecham a porta. De que modo gozarei o calor e o silêncio de minha casa, sabendo como está frio e como venta além destas paredes?
FRANÇA JR, Oswaldo. As laranjas iguais. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985. p.47.

b- Poesia: as linhas não ocupam toda a extensão horizontal da página. O texto divide-se em blocos chamados estrofes. Cada linha do poema é denominado verso.

Unidade
Carlos Drummond de Andrade

As plantas sofrem como nós sofremos.
Por que não sofreriam
Se esta é a chave da unidade do mundo?

A flor sofre, tocada
por mão inconsciente.
Há uma queixa abafada
em sua docilidade.

A pedra é sofrimento
paralítico, eterno.

Não temos nós, animais,
sequer o privilégio de sofrer.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Farewell. Rio de Janeiro, Record, 1996. p.13











sexta-feira, 15 de junho de 2012

Charge de Rodrigo Rosa e O mito de Narciso

Observe, a seguir, a charge de Rodrigo Rosa:


a. O prédio ao fundo é uma fábrica de cosméticos. Onde está sendo escoado o esgoto da fábrica?

b. Há uma crítica contida na charge. Explique-a.

c. Por que o reflexo do homem na água é uma caveira?

2. Agora leia o texto a seguir:
 O mito de Narciso

Narciso, segundo a mitologia grega, era um jovem dotado de extrema beleza. Quando nasceu, seus pais consultaram um adivinho, que lhe disse que o filho viveria muito, desde que nunca contemplasse a própriaimagem. Num dia de muito calor, Narciso se inclinou sobre as águas cristalinas de um lago e, nesse momento contemplou seu rosto refletido na água. Pensou que se tratava de algum espírito das águas e o achou tão belo que se enamorou e não conseguiu interromper aquela contemplação. Ali ficou até morrer, e no lugar em que se achava brotou uma planta cuja flor foi chamada de narciso.

d. Que ligação há entre o nome da fábrica de cosméticos e o mito de Narciso?


e. Faça uma pequena pesquisa sobre o autor Rodrigo Rosa.


http://pt.scribd.com/fmrgt35/d/54386805-Atividades-de-Charges