terça-feira, 11 de novembro de 2014

Sentidos denotativo e conotativo das palavras

O sentido denotativo das palavras é estabelecido pela relação de significado a que elas pertencem, ou seja, o sentido real, prescrito pelo dicionário. Vejamos um exemplo:
Significado de Tecer - v.t. Entrelaçar, segundo um modelo dado, os fios da urdidura (em comprimento) e os da trama (em largura), para fazer um tecido: tecer a lã, o algodão.

As grandes indústrias tecem seus produtos ao gosto da exigente clientela.

Inferimos que o sentido do verbo tecer expressa o sentido relacionado à fabricação do produto em referência. Trata-se de um excerto linguístico voltado para a objetividade, isento de marcas subjetivas que porventura pudessem conferir uma duplicidade de sentido.
Analisemos outro caso representativo:

Um galo sozinho
não tece uma manhã:
ele precisará sempre
de outros galos.
[...]
João Cabral de Melo Neto

Notamos que a linguagem se diverge do primeiro exemplo, visto que se trata de um fragmento poético. Mas será que o verbo tecer revela o mesmo sentido antes expresso?
Trata-se de uma linguagem conotativa, na qual são detectados traços de pessoalidade por parte do emissor (revelados pelo eu lírico do poema). O sentido aplica-se a um recurso linguístico proferido metaforicamente, em que o ato de tecer refere-se ao ato da capacidade criativa da escrita, em que sozinhos nunca nos tornamos emissores autênticos, estamos sempre nos reportando a uma determinada ideia antes proferida por alguém.
O sentido conotativo encontra-se presente nos textos literários de uma forma geral e na linguagem publicitária. Já os textos científicos, jornalísticos, informativos, dentre outros, primam-se por empregar uma linguagem denotativa, expressa em seu sentido literal.

Extraído de
http://www.portugues.com.br/redacao/denotacao-conotacao---relacoes-sentido-entre-as-palavras-.html




Relações de sentido

Sinonímia
Ex.: Levar / conduzir; subir / elevar; limpar / purificar; lento / lerdo; liso / plano; rápido / ligeiro / ágil / lépido; medroso / temeroso; áspero / rude / tosco / grosseiro.
Antônio Houaiss a define como sendo uma “relação de sentido entre dois vocábulos que têm significação muito próxima, permitindo que um seja escolhido pelo outro em alguns contextos, sem alterar o sentido literal da sentença como um todo”.

Antonímia
Antônio Houaiss define antonímia como sendo uma “relação de sentido que opõe dois termos”. Segundo ele, esta oposição pode se dar sob a forma de uma gradação (grande / pequeno; jovem / velho), ou numa reciprocidade (comprar / vender, perguntar / responder), ou, ainda, numa complementaridade (ele não é casado / ele é solteiro).

Homonímia
 Antônio Houaiss define a homonímia como sendo uma “relação entre formas linguísticas que, com significados diferentes, têm a mesma forma gráfica e fônica ou apenas fônica”.
Os que possuem pronúncia e grafia iguais, classificam-se como homônimos perfeitos: lima (ferramenta) / lima (fruta). Os que são iguais na pronúncia, mas diferentes na grafia, chamam-se homônimos homófonos: seção / cessão / sessão; apreçar (fazer o preço) / apressar (acelerar).

Polissemia
A polissemia é a propriedade que a palavra tem de assumir vários significados que se definem e precisam dentro de um contexto.
Ex.: o trem parou / a chuva parou / o relógio parou / a música parou
Pode-se pensar a polissemia como sendo o contrário da sinonímia, já que se trata do relacionamento de um só significante com vários significados, ao passo que a segunda trata de diferentes significantes com um só significado.
De acordo com Antônio Houaiss, um dos principais casos de polissemia é o uso figurado, por metáfora ou metonímia, por extensão de sentido, analogia etc.
Assim, a polissemia pode ser considerada um mecanismo que compensa o caráter redutor que a linguagem possui. Como a língua não está provida de recursos para nomear todos os objetos da nossa percepção, a linguagem poética se apresenta como uma possibilidade de se fraturar a superfície da realidade.

Informações extraídas de:


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Comparação e metáfora

Comparação e metáfora

As figuras de linguagem são recursos estilísticos usados na escrita ou na fala para realçar a mensagem, tornando-a mais expressiva. Ao identificar as figuras de linguagem, a compreensão do texto torna-se mais fácil, ampliando os horizontes do leitor, do ouvinte.
Figuras muito recorrentes nos textos literários, a comparação e a metáfora fazem parte do grupo das figuras de palavras, também conhecidas como tropo – emprego figurado de palavra ou expressão.
A comparação e a metáfora são muito parecidas. Ambas empregam as palavras fora do seu sentido normal, por analogia. A diferença entre elas está no uso de termos comparativos.
A comparação usa alguns termos de conexão para comparar características entre dois ou mais elementos. Por exemplo: Os olhos dela eram como duas jabuticabas.
A metáfora é um tipo de comparação implícita, sem termo comparativo, estabelecendo uma relação de semelhança, usando termos com significados diferentes do habitual. Por exemplo: A menina é um doce!

A principal conjunção comparativa é como. (Veja exemplo acima do seu emprego.)
Utilizam-se com muita frequência as seguintes estruturas que formam o grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios: tão... como (quanto), mais (do) que, menos (do) que. Veja os exemplos:
Sua sensibilidade é tão afinada quanto a sua inteligência.
O orador foi mais brilhante do que profundo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Veteranos de guerra (Martha Medeiros)

Veteranos de Guerra

Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes. Outro dia li o comentário de alguém que dizia que o casamento é uma armadilha: fácil de entrar e difícil de sair. Como na guerra.
Aí fiquei lembrando  dos desfiles de veteranos de guerra que a gente vê em filmes americanos, homens uniformizados em suas cadeiras-de-roda apresentando suas medalhas e também suas amputações. Se o amor e a guerra se assemelham, poderíamos imaginar também um desfile de mulheres sobreviventes desse embate no qual todo mundo quer entrar e poucos conseguem sair – ilesos. Não se perde uma perna ou braço, mas muitos perdem o juízo e alguns até a fé.
Depois de uma certa idade, somos todos veteranos de alguma relação amorosa que deixou cicatrizes. Todos. Há inclusive os que trazem marcas imperceptíveis a olho nu, pois não são sobreviventes do que lhes aconteceu, e sim do que não lhes aconteceu: sobreviveram à irrealização de seus sonhos, que é algo que machuca muito mais. São os veteranos da solidão.Há aqueles que viveram um amor de juventude que terminou cedo demais, seja por pressa, inexperiência ou imaturidade. Casam-se, depois, com outra pessoa, constituem família e são felizes, mas dói uma ausência do passado, aquela pequena batalha perdida.
Há os que amaram uma vez em silêncio, sem se declararem, e trazem dentro do peito essa granada que não foi detonada. Há os que se declararam e foram rejeitados, e a granada estraçalhou tudo por dentro, mesmo que ninguém tenha notado. E há os que viveram amores ardentes, explosivos, computando vitórias e derrotas diárias: saem com talhos na alma, porém mais fortes do que antes.
Há os que preferem não se arriscar: mantêm-se na mesma trincheira sem se mover, escondidos da guerra, mas ela os alcança, sorrateira, e lhes apresenta um espelho para que vejam suas rugas e seu olhar opaco, as marcas precoces que surgem nos que, por medo de se ferir, optaram por não viver.
Há os que têm a sorte de um amor tranquilo: foram convocados para serem os enfermeiros do acampamento, os motoristas da tropa, estão ali para servir e não para brigar na linha de frente, e sobrevivem sem nem uma unha quebrada, mas desfilam mesmo assim, vitoriosos, porque foram imprescindíveis ao limpar o sangue dos outros.
Há os que sofrem quando a guerra acaba, pois ao menos tinham um ideal, e agora não sabem o que fazer com um futuro de paz.
Há os que se apaixonam por seus inimigos. A esses, o céu e o inferno estão prometidos.
E há os que não resistem até o final da história: morrem durante a luta e viram memória.
Todos são convocados quando jovens. Mas é no desfile final que se saberá quem conquistou medalhas por bravura e conseguiu, em meio ao caos, às neuras e às mutilações, manter o coração ainda batendo.

 (Martha Medeiros)
http://crisilveira33.blogspot.com.br/2011/04/veteranos-de-guerra-martha-medeiros.html

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Metáfora

Metáfora é uma figura de linguagem em que há o emprego de uma palavra ou uma expressão, em um sentido que não é muito comum, em uma relação de semelhança entre dois termos. Metáfora é um termo que no latim, "meta" significa “algo” e “phora” significa "sem sentido". Esta palavra foi trazida do grego onde metaphorá significa "mudança" e "transposição".

Metáfora é a comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido. Por exemplo, dizer que um amigo "está forte como um touro". Obviamente que ele não se parece fisicamente com o animal, mas está tão forte que faz lembrar um touro, comparando a força entre o animal e o indivíduo.

Esta figura de linguagem corresponde na substituição de um termo por outro através de uma relação de analogia. É importante referir que para que a analogia possa ocorrer, devem existir elementos semânticos semelhantes entre os dois termos em questão.

A metáfora é uma ferramenta linguística muito utilizada no dia-a-dia, sendo importantíssima na comunicação humana. Seriamente praticamente impossível falar e pensar sem recorrer à metáfora. Uma pesquisa recente demonstra que durante uma conversa o ser humano usa em média 4 metáforas por minuto. Muitas vezes as pessoas não querem ou não conseguem expressar o que realmente sentem. Então falam frases por metáforas onde seu significado fica subentendido.





terça-feira, 2 de setembro de 2014

Biografia de Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. Descendente de uma família de fazendeiros em decadência, o poeta estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ), de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, o itabirano começou a carreira de escritor como colaborador do “Diário de Minas”, que congregava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Devido à insistência familiar para obter um diploma, ele se formou em farmácia na cidade de Ouro Preto, em 1925. Fundou com outros escritores “A Revista”, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas Gerais.

O escritor ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Depois, passou a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954, colaborou como cronista no “Correio da Manhã” e, a partir do início de 1969, no “Jornal do Brasil”.
(...)
Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi, seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.
(...)

Alvo de admiração unânime, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro- RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade, fato que o havia deixado extremamente abatido.

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/biografia-como-contar-a-historia-da-vida-de-alguem.htm


sábado, 23 de agosto de 2014

Elementos da narrativa

Elementos da narrativa

O texto narrativo é composto por tempo, espaço, personagens, enredo e foco narrativo.

TEMPO:
Tempo cronológico ou tempo da história - determinado pela sucessão cronológica dos acontecimentos narrados. Refere-se à época ou momento histórico em que a ação se desenrola.
Tempo psicológico - é um tempo subjetivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu estado de espírito.

ESPAÇO:
- Espaço ou Ambiente físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as personagens se movem.
- Espaço ou Ambiente social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes.
- Espaço ou Ambiente psicológico: espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus pensamentos e sentimentos.
-O espaço ou ambiente: pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acordo com espaço ou ambiente é que os fatos da narração se desenrolam.

PERSONAGENS:
-Protagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua atuação é fundamental para o desenvolvimento da ação.
- Antagonista é a personagem que opõe-se ao herói,  é o  popularmente conhecido como vilão.
-Personagem secundária: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o desenrolar da ação.
-Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da ação, cabendo-lhe, no entanto, o papel de ilustrar um ambiente ou um espaço social de que é representante.

FOCO NARRATIVO:
-Foco narrativo ou ponto de vista: É o elemento estrutural da narrativa que compreende a perspectiva através da qual se conta uma história. É, basicamente, a posição a qual o narrador, enquanto instância narrante ou voz que articula a narração, conta a história. Os pontos de vista mais conhecidos são dois: narrador-observador e narrador-personagem
-Narrador-Observador: é aquele que conta a história através de uma perspectiva de fora dela, isto é, ele não se confunde com nenhum dos personagens. Este foco narrativo se dá em terceira pessoa.
-Narrador-Personagem: é aquele que conta a história através de uma perspectiva de dentro da história, isto é, ele, de alguma forma participa do enredo, sendo uma das personagens da história, usando a Primeira Pessoa (eu ou nós) para se contar história.

ENREDO:
- O enredo é a espinha dorsal do conto. Sobre a sua estrutura, que envolve um final enigmático, assim como a apresentação e o encaminhamento da história, são instalados os outros elementos do texto narrativo, sempre mantendo o interesse que irá prender o leitor, e o final enigmático que permitirá a catarse do leitor.

Texto adaptado dos textos: